No livro VI de suas "Questões sobre a Metafísica", João Duns Escoto desenvolve um complexo estudo sobre a verdade. Para tanto, ele distingue dois modos de verdade: a "verdade na coisa" e a "verdade no intelecto". Pretendo aqui me voltar para a primeira dessas duas noções, interpretando uma curta passagem daquela obra à luz de outros textos do Doutor Sutil – um procedimento sugerido por aquelas próprias questões. In the 6th book of his "Questions on Metaphysics", John (...) Duns Scotus develops a complex study on the truth. To do so, he distinguishes between two modes of truth: a "truth in the thing" and "a truth in the intellect". Here I intend to turn to the first of these notions, reading a short passage of that work in the light of some other texts by the Subtle Doctor – a procedure suggested by those very questions. (shrink)

João Duns Escoto pode contar-se entre os continuadores de Anselmo, uma vez que acolheu favoravelmente o argumento do Proslogion, ainda que na sua singular interpretação. Mas, aquém e para além deste aspecto pontual de continuidade, há aspectos de afinidade estrutural de pensamento a estreitar os laços de razão entre os dois filósofos. Estes aspectos de mais profunda proximidade não têm que ser explicados exclusivamente por uma influência directa do legado de Anselmo no pensamento de Duns (...) class='Hi'>Escoto, mas acusam, a nosso ver, algo como uma família de pensamento ou de espírito, ou uma orientação filosófica de fundo, capaz de atravessar os séculos e de incluir as singularidades dos diversos pensadores que nela vão tomando parte. Entre esses laços de razão, há uma afinidade fundamental ao nível da partilha de um mesmo princípio metafísico, que estrutura o pensamento quer do Doutor Magnífico quer do Doutor Subtil. Trata-se do princípio da irreflexividade das relações essenciais do ente, que Duns Escoto enuncia, como prima conclusio, no início da sua análise comparativa das ordens essenciais do ente, no Tractatus de Primo Principio. Duns Escoto assume de Agostinho a inspiração deste princípio, mas é na metafísica de Anselmo que aquele revela a força de um princípio estruturante, antes mesmo de expandir o seu alcance na metafísica escotista. O nosso propósito, neste estudo, é analisar alguns aspectos do percurso daquele princípio metafísico através do pensamento de Agostinho, do de Anselmo e do de Duns Escoto, permitindo agregar os três pensadores numa mesma família de espírito ou orientação filosófica de fundo. (shrink)

A disponibilidade de três versões dos comentários de João Duns Escoto para o livro das Sentenças de Pedro Lombardo, a saber, a Lectura, a Ordinatio e a Reportatio I-A, torna possível a reavaliação de interpretações contemporâneas sobre a teoria da distinção entre uma potência absoluta e outra ordenada apresentada por Escoto. Tomando como fio condutor o texto da Ordinatio e utilizando as outras versões na medida em que elas se esclarecem mutuamente, revisitaremos alguns tópicos defendidos por (...) algumas daquelas interpretações: a associação entre as duas potências e aquilo que é feito por direito e de fato, a compreensão que toma a potência absoluta e ordenada como a distinção um modelo operatório que envolve dois modos de ação e, finalmente, sua relação com a teoria das “possibilidades sincrônicas”: interpretações talvez não suficientemente precisas, como pretendemos mostrar. Também mostraremos que o texto da Reportatio I-B, atualmente sem uma edição contemporânea, pode ser útil na exemplificação de alguns argumentos da discussão em pauta. (shrink)

Gómez de Lisboa fue uno de los más importantes representantes del escotismo del renacimiento italiano. En su Scriptum super Questiones Metaphisice Antonii Andree, a veces está en desacuerdo con las soluciones de Antoni Andreu y con sus interpretaciones de Escoto. Con este artículo, trato de presentar esos puntos de desacuerdo. Al hacerlo, espero contribuir a la comprensión del escotismo del renacimiento y proporcionar un buen ejemplo de la duradera influencia de Antoni Andreu.

Se analiza la interpretación escotista de algunos textos aristotélicos para establecer la contraposición entre naturaleza y voluntad. La posición de Escoto implica una reivindicación de la contingencia frente a la necesidad, de la acción frente a la ciencia. Es decir, la distinción entre naturaleza y voluntad le aboca a proponer una ontología en la que el ser contingente precede al ser necesario. El saber de la ciencia que establece las regularidades necesarias de la naturaleza queda subordinado al saber de (...) la acción humana. Se tiene especialmente presente las Quaestiones super libros Metaphysicorum Aristotelis, IX, q. 15. (shrink)

Resumo: As contribuições dos pensadores medievais para o debate em torno da escravidão ainda são pouco conhecidas em seus detalhes. Junto com as abordagens na filosofia antiga, na patrística, no direito romano e no direito canônico, elas formam um corpo de textos e de ideias fundamental para se compreender o tratamento da escravidão do século XVI ao século XIX. Neste artigo, busca-se expor e analisar a abordagem que João Duns Scotus dá ao tema, contrastando-a com as visões de (...) Aristóteles e de Tomás de Aquino. As posições de Scotus dependem de seus pareceres sobre a liberdade, a propriedade e a lei positiva, bem como sobre o significado do livre-arbítrio como condição prático-racional de todos os seres humanos. Na base dessas ideias, Scotus restringe de forma severa as condições de lei positiva segundo as quais a servidão pode ser introduzida com justiça e o escopo de perda de liberdade que pode ser aceito no contrato da escravidão.: The contributions by medieval thinkers to the debate on slavery are still little known in their details. Together with the approaches in ancient philosophy, patristics, Roman law, and Canon law, they constitute a body of texts and ideas that are fundamental to understanding the treatment of slavery from the 16th to the 19th centuries. In this article, we examine John Duns Scotus’ account of the theme, contrasting it with the views of Aristotle and Thomas Aquinas. The position of Scotus depends on his views about freedom, property, and positive law, as well on the meaning of free will as a practical-rational condition of all human beings. Based on these ideas, Scotus severely restricts the conditions of positive law according to which servitude can be justly introduced, and the scope of the loss of freedom that can be accepted in the contract of slavery. (shrink)

The purpose of this essay is to underline Heidegger’s intellectual interest and deep relation to Duns Scotus’ modern and close to life thought. At the same time, it is pointed out that Scotus’ fundamental ideas such as haecceity, the cognoscibility of the individual, possibility and contingency, impossibility of thinking without naming, will be retaken and transformed into Heidegger’s parental ideas such as Dasein, Dasein as possibility and project, being as something unveiled, identity of knowledge and language. KEY WORDS – (...) History of Philosophy. Duns Scotus. Heidegger. Transformation of Concepts. (shrink)

The purpose of this essay is to underline Heidegger’s intellectual interestand deep relation to Duns Scotus’ modern and close to life thought. At the same time, it is pointed out that Scotus’ fundamental ideas such as haecceity, the cognoscibility of the individual, possibility and contingency, impossibility of thinking without naming, will be retaken and transformed into Heidegger’s parental ideas such as Dasein, Dasein as possibility and project, being as something unveiled, identity of knowledge and language.

Centrado en el análisis de la primera de las «Cuestiones a la Metafísica de Aristóteles» de Duns Escoto, este artículo indaga el camino que sigue Duns Escoto para establecer que Dios es el objeto de la metafísica. En este lugar, Duns Escoto asume una posición novedosa con respecto al objeto de la metafísica, pues en sus obras sobre lógica, había señalado que el objeto de esta disciplina es la sustancia, y en la Ordinatio había (...) sostenido que es el ente en cuanto ente. En la primera parte, se muestra el planteamiento de la pregunta y la estructura de la referida cuestión; la segunda parte expone las objeciones de Escoto a Avicena y Averrroes y su propuesta inicial de que la sustancia es el objeto de la metafísica, correspondiente a la primera redacción de la primera de las «Cuestiones Metafísicas». Luego, la tercera parte expone cómo llega Escoto a la tesis de que Dios y el ente en cuanto ente son el objeto de la metafísica, a partir de la renovación del concepto aristotélico de ciencia. Finalmente, se pondera hasta qué punto esta ampliación significa un cambio radical en la concepción metafísica de Escoto. (shrink)

Duns Escoto, en razón del modo como las potencias activas actúan, distingue entre las potencias naturales y la voluntad. Las potencias naturales actúan determinada y necesariamente, cuando se cumplen las condiciones para hacerlo; la voluntad es indeterminada y se auto-determina a actuar. Por indeterminada, la voluntad puede querer actos contrarios y objetos contrarios, es decir, puede querer A y-A y elige uno de los dos por si misma, se auto-determina, sin que nada exterior a ella la determine. La (...) voluntad humana puede querer objetos contrarios con actos volitivos distintos y en tiempos distintos, debido a su imperfección y mutabilidad. La voluntad divina puede querer, con un único acto volitivo, objetos contrarios v.g. puede, al mismo tiempo, querer A y -A. En base a esta libertad de Dios, todo lo creado -orden físico o moral- es radicalmente contingente, es decir, es así pero puede ser de otra manera y/o dejar de ser. Por la potencia ordenada, Dios conserva el orden físico o moral establecido; por la potencia absoluta, Dios puede revocar ese orden y establecer, incluso temporalmente, otro distinto. El conocimiento divino de todo lo creado no puede ser un conocimiento necesario en el sentido de que sea imposible que A (que será) pueda no ser. Consecuencia de la contingencia radical de las acciones divinas es que 'un predestinado puede condenarse'. (shrink)

En este trabajo se estudia la primera concepción escotista sobre las categorías y sobre el objeto del tratado aristotélico de las Categorías. El artículo se concentra sobre las tres primeras cuestiones del comentario de Duns Escoto al texto de Aristóteles. Una de las novedades del texto es su tematización del concepto mismo de categoría, entendido como concepto lógico y como objeto propio del tratado aristotélico. Esta aproximación permite a Escoto distinguir el orden lógico y el orden metafísico (...) en el tratamiento de las categorías. En el primero, la lógica se ocupa del concepto de categoría y, en el segundo, la metafísica se ocupa de la diversidad categorial y de su referencia a la categoría de la substancia. (shrink)

En este trabajo se estudia la concepción escotista del universal entendido como universallógico y accidente intencional, cuya función cognitiva se entiende como modo de aprehensión oconcepción de la esencia o naturaleza. El artículo se concentra en analizar las cuestiones 4 y 5 del comentario de Duns Escoto a la Isagoge. Se subraya la relación de los análisis escotistas con lateoría aviceniana del triple estatuto de la esencia sobre el telón de fondo de la teoría boeciana de los universales. (...) Al final del artículo se presenta brevemente el momento ontológico del universal tal comose puede ver en la teoría de la naturaleza común. (shrink)

En su comentario a la distinción 33 del Tercer Libro de las Sentencias , Juan Duns Escoto desarrolla su doctrina referida al sujeto de las virtudes morales, mediante la cual establece la voluntad como única sede posible de las mismas. En el presente trabajo se intentará mostrar que esta determinación, por un lado, es consecuencia de la previa postulación de la voluntad como única potencia moral del hombre y que, por otro, implica una fuerte debilitamiento del rol e (...) importancia de la virtud para la perfección moral. (shrink)

La inestable relación entre el papado romano y la monarquía francesa desde finales del siglo XIII continuando las primeras décadas del siglo XIV ha sido ocasión propicia para el desarrollo de teorías políticas y la profundización en el estudio de las relaciones entre poder temporal y espiritual. Esta investigación tiene como objetivos principales determinar la posición de Duns Escoto sobre algunos elementos clave de teoría política, como lo son el origen de la sociedad y la autoridad, así como (...) el papel que desempeña la propiedad privada alrededor de estas cuestiones. Nos interesa enmarcar las ideas políticas en conexión con las grandes doctrinas de su filosofía y el debate histórico que vivió él mismo, para poder indagar acerca de su posición en este. De este análisis surgirá que la propiedad privada no es absoluta, la potestad de la autoridad civil es otorgada por la comunidad, puesto que la sociabilidad es anterior a la politicidad y su inclinación contraria a las ideas teocráticas a favor de la separación de los poderes espiritual y temporal. (shrink)

The purpose of this article is to explore John Duns Scotus’s thought on Freedom, in order to achieve some elements that might be useful for a systematic study. Starting from the distinction between “natural” and “free” active potencies, it shows what is more specific of Freedom. Being a pure perfection, for Scotus, it can be applied to God and creatures as well. After exposing the content and origin of the distinction, the article provides an account of Duns Scotus’s (...) thought on Divine Freedom. Insofar as freedom is infinite, it is compatible with necessity. At the same time, as God is creator of the contingent and finite world, his Freedom is capable of contingent actions. Finally, human Freedom is studied as an important part of the image of God in human beings. The Franciscan’s conception of Freedom makes it possible to overcome the idea that it depends either on the imperfection of the contingent world or on the imperfection of our knowledge about it. Moreover, it shows that Freedom has an act of its own and thus it is more than a mere “corollary” of knowledge. (shrink)

Practical truth is not so much the truth of propositions as that inherent in getting things rightly done. The purpose of the contribution its threefold: firstly, to trace back practical truth to its Platonic origins; secondly, to show how Aristotle -refering, unlike to Plato, expressis verbis to the concept of practical truth- was faithful to those Platonic origins while at the same time departing from Plato on account of his less intellectualist approach of right and wrong doing; and thirdly to (...) show how Johannes Duns Scotus', in developing his conception of human theology as a practical science, explicitly drew on Aristotle's concept of practical truth but departed from him in those respects in which he rather sided with Plato. (shrink)

En las últimas décadas, la teoría epistemológica de Juan Duns Escoto ha sido objeto de interés por combinar los aspectos metafísico y semántico, los cuales le permiten distinguir la intelección, un evento cognoscitivo real, de su ‘contenido’ específico. En este artículo abordaremos el conocimiento divino de las posibles creaturas, preguntándonos si el Doctor Sutil le atribuye a su ser inteligible, esse intelligibile, algún tipo de realidad ontológica. En discusión con la interpretación de quien fue su secretario, Guillermo de (...) Alnwick, argumentaremos que Escoto se refiere, con aquella expresión, al contenido semántico de la intelección sin ningún compromiso ontológico. (shrink)

O presente texto aborda a recepçãocrítica do pensamento aristotélico no Ocidentelatino medieval através da polêmica acerca dasuposta diferença entre intelecto ativo e intelectopassivo defendida por J. Duns Scotus e negadapor G. de Ockham. Inicialmente, evocamos aproblemática do intelecto no tivro HI do DeAnima de Aristóteles e sua recepção na IdadeMédia para, em seguida, explicitar os efeitos detal problemática na discussão entre dois grandespensadores.

This paper examines the value awarded by Duns Escoto to the defence of god -understood as Lave- who acts in a completely free mannner and is omnipotent. I also studies the implications of his philosophical position when confrontingthe relationships between faith and reason, theology and philosophy, intellect and will, necessity and contingency. His analysis of The Philosopher, Aristotle, is also discussed.